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RESENHA DE SHOW DE TRUMAN

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  "O Show de Truman" não é um comentário sobre alguma sociedade falsa da história. O filme é sobre nós. Sobre como a sociedade, de maneira inconsciente, controla nossas vidas. Como não temos livre arbítrio. Como todos buscamos uma realidade, porque nossas vidas são, em última análise, falsas. Todos assistimos a entretenimento sem sentido para sentir algo real, mas no final não deixa absolutamente nenhum impacto sobre nós. Todos nós queremos sair da caverna, queremos encontrar alguma realidade, mas nem temos consciência de que estamos na caverna. Estamos constantemente sendo vigiados, ouvidos, controlados e manipulados. Nós nos vendemos para um setor que não faz diferença. Nós não fazemos diferença. O livre-arbítrio e a realidade são ilusões. "O Show de Truman" é realmente muito mais pessimista e crítico do que as pessoas imaginam. O filme tem muito, muito para tirar, muito para aprender. Devemos valorizar, salvar, estudar e amar 'O Show de Truman'. Vale a pe...

O ESTADO É O LOBO DO ESTADO

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  Seria hipocrisia dizer que violência não resolve problemas. Países como a Noruega, Suécia ou a Alemanha não se tornaram tão democráticos e livres com uma conversa, café e bolo. As pessoas lutaram para isso, usando a violência. Como as pessoas se defendem quando tentam tirar sua liberdade? Elas resolvem com violência. Contudo, o fato do uso da violência ter uma capacidade, as vezes, de resolver problemáticas, ela não é a solução e nem o primeiro ou segundo método a ser tentado. Se a violência fosse a primeira opção de todos, talvez a diplomacia nunca tive existido.   O fato é que a possibilidade de resolver as adversidades na base de um diálogo nem sempre quer dizer que as pessoas não irão usar também a violência. E é por isso que este texto irá retratar os dois lados da moeda. O diálogo e a violência usando o filme da Netflix, Sergio.   Começando com o lado bom da moeda, vamos falar primeiramente do diálogo, ou especificamente, da diplomacia. No filme, há algumas ...

O 11 DE SETEMBRO DE CADA DIA

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 O BLOG ABRE ESPAÇO PARA NOVAS VOZES. OS TRABALHOS A SEGUIR FORAM REALIZADOS POR ALUNOS DO COLÉGIO INOVAR VEIGA DE ALMEIDA NA ELETIVA CINEMA & SOCIEDADE. ELES FORAM PROVOCADOS A ESCREVER RESENHAS ONDE O TEMA "VIOLÊNCIA" DIALOGASSE COM UMA OU MAIS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS. O 11 DE SETEMBRO DE CADA DIA Ana Luiza Castro Magalhães A violência tem se tornado muito comum nesses últimos anos, alguns dizem que ela serve para resolver todos os seus problemas, ou até mesmo que as coisas só se resolvem desta maneira. Como vemos na história mundial, em eras medievais e muitos outros, a violência sempre se mostra a única opção. Vemos um pouco mais perto de nós no século passado, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, na segunda mostra muito mais violenta, cerca de dois terços foram mortos, mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o período.   Já, quando se trata da primeira, temos um filme que mostra um pouco do proc...

Tubarão nos dias atuais

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O que Tubarão pode nos dizer nos dias de hoje? Pablo Spinelli Dedicado à memória de Daniel Azulay e Flávio Migliaccio, ícones da minha infância. A partir do final dos anos 1960 houve uma mudança da forma de fazer cinema em Hollywood. Uma geração nova irrompia e que não encontrava espaço nem no establishment dos grandes estúdios e nem nas temáticas abordadas nas telas que não conseguiam expressar o ambiente da Guerra do Vietnã, do movimento hippie, do Maio de 68  na França, da Primavera de Praga, do início das ditaduras na América Latina com apoio da CIA, da desesperança com o superestimado presidente Kennedy, do uso das drogas associadas com autodescobertas transcendentais em conjunto com religiões ou seitas de matriz orientais - ou que se diziam ser. Influenciados pelo cinema europeu - alemão, francês, italiano; pela geração beatnik - escritores que colocavam no papel suas experiências pessoais com drogas, amor livre e automóvel na estrada vivendo o presente como se...

O EXPRESSIONISMO ALEMÃO - Neblinas e sombras do pós-guerra no cinema

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A partir de hoje, esse blog terá uma sequência de olhares acerca de escolas de cinema ou de tendências do cinema mundial no século passado. O termo "escola" foi e é rejeitado por críticos ou cineastas dos próprios movimentos, mas o usaremos enquanto um olhar para tendências de um "espírito do tempo" de sociedades diversas. Uma forma de entender que o cinema tem uma conexão com o mundo enquanto arte, por mais que pareça ser ligado ao entretenimento ou escapismo da realidade - o que não deixa de ser uma postura política. Começaremos pela experiência alemã - não seguiremos aqui ordens cronológicas. O cinema alemão coloca suas digitais mais impressionantes no mundo cinematográfico nos anos 1910 e 1920. O contexto era o de um país arrasado com o pós-guerra, vivendo sob a "República de Weimar", a República liberal que foi formada após os anos finais desastrosos do II Reich. Em uma sociedade que convivia com feridos de guerra, mutilados, crianças sem p...

RESENHA: OS DOIS PAPAS

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Em um clássico acerca da história francesa do século XIX seu autor cunhou uma frase que hoje se tornou popular. A História nunca se repete, a primeira vez é uma tragédia, a segunda, uma farsa. Sendo assim, temos um ataque a uma produtora de filmes de humor como o que ocorrera com o semanário que satirizou a religião islâmica na França; uma nova Ação Integralista Brasileira (AIB) liderada por um oficial da PM da reserva sem qualquer ideólogo ou referência a intelectuais como Plínio Salgado ou Cassiano Ricardo; uma macroeconomia neoliberal que teve no Chile seu exemplo maior, país que justamente agora passa por graves problemas sociais como o que ocorre com os aposentados e pensionistas e que faz, para dizer o mínimo, economistas de cepa liberal recuarem para uma heterodoxia, como um Armínio Fraga e onde um Paulo Guedes viu que a sua idealização de mercado não corresponde ao país que não conhece. A polarização é a marca ainda de nosso tempo. A sensação que o clima eleitoral ainda ...
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Batman: um cavaleiro nos tempos de cólera - Parte I O Cavaleiro das Trevas fez 80 anos e, como já mencionado em postagem anterior, a efeméride foi lembrada pela sua imagem mimética, o insano Coringa. Apresentaremos aqui uma interpretação acerca de Batman um pouco diversa do que seus fãs mais aguerridos falam, tal qual os vários documentários sobre o personagem ou editora que o criou, a Detetive Comics, a DC, o que não quer dizer que seja uma verdade absoluta, mas uma provocação para esse ícone da cultura pop. O personagem é geralmente apontado como um mix de detetive vanguardista que usava a tecnologia do final dos anos 1930 para desvendar crimes na Gotham City, uma Nova Iorque que não quer dizer o seu nome, com um espírito de Robin Hood, um justiceiro mascarado que abnegadamente deixa de ter uma boa hora de sono para a produção de melanina para saltar de prédios e dar socos e pontapés em palhaços, aves com asas atrofiadas, adoradores de perguntas, homens com a cara deformada ...